A **Coleção Conta pra Mim** é dedicada à família — mães, pais, filhas, filhos, avós, avôs... Neste livro, vamos conhecer uma história tradicional tipicamente brasileira. Transmitida por gerações, atraiu sempre a curiosidade e a imaginação de todos. Ajude a criança a pesquisar outras narrativas maravilhosas. Viajar por esse universo na companhia da família será com certeza uma experiência que vocês guardarão por toda a vida.
Sejam todos muito bem-vindos!
Infância e leitura — o caminho de uma boa aventura.


**Autoria:** Ricardo Moreira Figueiredo Filho

**Ilustrações:** Vanessa Alexandre

**Edição:** Marismar Borém

**Direção geral e curadoria:** Wiliam Ferreira da Cunha

**Supervisão técnica e de conteúdo:** Carlos Francisco de Paula Nadalim

**Revisão de texto:** Felipe Salomão Cardoso e Adriana Araújo Figueiredo

Publicado em 2020 pelo Ministério da Educação (MEC) em cooperação com a Editora Cora e com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), no âmbito do Projeto 914BRZ1074 - 914BRZ1074.3 sob o contrato ED00217/2020.

Esta publicação está disponível em acesso livre ao abrigo da licença Atribuição 4.0
Internacional (CC BY 4.0)

(https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR)


**Íntegra do livro:**

<div class="transcription"></div>

João de Barro

- Era uma vez um índio chamado Jaebé, que se apaixonou pela filha do chefe de sua tribo.
- Certa vez, o rapaz aproximou-se do líder indígena e revelou seus sentimentos. O pai, surpreso com aquela declaração, comentou:
- — Para se casar, você precisa me dar uma prova de que é um homem bom.
- — A maior prova que posso dar é o meu amor! O velho índio apreciou a resposta, mas achou o jovem atrevido. O patriarca ficou alguns segundos a pensar e afirmou:
- — O último pretendente se submeteu a um jejum de seis dias, mas não resistiu à prova.
- Então, Jaebé declarou que ficaria sem comer durante doze dias. Logo em seguida, conforme o costume, o jovem foi enrolado em um couro de anta, da cor do barro.
- No sétimo dia, a índia, que amava o corajoso rapaz, pediu ao pai que não o deixasse morrer. E o velho respondeu: — Permita que ele cumpra a promessa.
- No décimo segundo dia, o chefe determinou que desenrolassem lentamente o couro que envolvia o rapaz.
- Concluído o cuidadoso trabalho, o jovem deu um pulo, começou a cantar diante de sua amada e se transformou em um belo pássaro, que recebeu o nome de joão-de-barro.
- Logo em seguida, a índia também se transformou em ave, e os dois voaram floresta adentro.
- Nunca mais aqueles jovens foram vistos novamente...
- Daquele dia em diante, dizem os índios, dois passarinhos passaram a acordar a tribo com uma suave melodia.

João-de-Barro

A **Coleção Conta pra Mim** é dedicada à família — mães, pais, filhas, filhos, avós, avôs...
Neste livro, vamos mergulhar no mundo mágico dos contos de fadas, com seus mistérios, desafi os e conquistas.
Contos de fadas são uma ótima forma de estimular a imaginação da criança, ao apresentá-la a um universo em que a coragem, a solidariedade e o perdão são as grandes armas dos heróis. Viajar por esse universo na companhia da família será com certeza uma experiência que vocês 
guardarão por toda a vida.
Sejam todos muito bem-vindos!
Infância e leitura — o caminho de uma boa aventura

**Autoria:** Equipe da Secretaria de Alfabetização

**Ilustrações:** Vanessa Alexandre

**Edição:** Marismar Borém

**Direção geral e curadoria:** Wiliam Ferreira da Cunha

**Supervisão técnica e de conteúdo:** Carlos Francisco de Paula Nadalim

**Revisão de texto:** Felipe Salomão Cardoso e Adriana Araújo Figueiredo

Publicado em 2020 pelo Ministério da Educação (MEC) em cooperação com a Editora Cora e 
com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), no 
âmbito do Projeto 914BRZ1074 - 914BRZ1074.3 sob o contrato ED00217/2020.

Esta publicação está disponível em acesso livre ao abrigo da licença Atribuição 4.0
Internacional (CC BY 4.0)

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**Íntegra do livro:**

<div class="transcription"></div>

- João Magrelo
- Era uma vez uma princesa chamada Letícia, que vivia muito triste. Na tentativa de encontrar uma solução, o rei lançou um desafio: — Quem fizera minha filha sorrir, ganhará duzentas moedas de ouro.
- Vários candidatos se apresentaram, fazendo malabarismos e contando as mais engraçadas histórias. Mas a princesa continuava triste.
- Já estava entardecendo, quando entrou, no salão real, o último candidato. Antes que ele pudesse iniciar as suas mágicas, a princesa arregalou os olhos e começou a rir. Todos ficaram admirados, principalmente o seu pai: — Que bom ver você feliz, minha filha. O que fez você sorrir?
- — Papai, eu nunca vi um homem tão magro assim! João Magrelo, como ficou conhecido desde então, recebeu as moedas de ouro. Mas Letícia gostou tanto do rapaz que resolveu casar-se com ele. O rei ficou muito contrariado.
- — Casar-se com esse magrelo? Eu respeito a sua vontade, minha filha. Porém, não quero que vocês morem no meu reino! Procurem uma terra distante, bem distante, e fiquem por lá! E foi isso que aconteceu. Eles se casaram e foram viver longe, bem longe, do outro lado do mar...
- Durante a viagem, João explicou que era um mágico muito famoso em seu reino. A princesa duvidou e pediu-lhe um frango assado com batatas. E zás! Apareceu uma bandeja com a refeição. Eles comeram tudo, e a viagem prosseguiu por muitos dias...
- Quando desembarcaram, João solicitou um transporte. E zás! Surgiu uma carruagem. Mais adiante, pediu uma residência. E zás! Fez-se um belo palácio, onde viveram felizes e tiveram seis filhos.
- Entretanto, depois de um tempo, Letícia voltou a ficar triste, muito triste. Seu marido, então, lançou um desafio: — Quem fizer a minha esposa sorrir, ganhará mil moedas de ouro.
- Vários candidatos se apresentaram, fazendo malabarismos e contorcionismos, cantando, declamando poesias e contando anedotas. Mas a princesa continuava triste…
- De repente, entrou no salão um homem maltrapilho, que, apoiando-se numa bengala, andava com dificuldade. Quando Letícia levantou os olhos para observar aquele velho, sorriu imediatamente e correu para abraçá-lo: — Papai! Meu querido pai! E Letícia perguntou: — Como chegou aqui?
- — Eu resolvi partir à sua procura. Quinze dias depois, uma tempestade fez com que a minha caravela perdesse o rumo e encalhasse numa praia deserta. Eu saí andando e avistei este belo palácio. Foi Deus que me trouxe até aqui para pedir perdão a vocês.
- Naquele momento, Letícia, João e o rei se abraçaram. Logo em seguida, vieram os netos, que quase derrubaram o avô com tantos beijos. Para comemorar esse maravilhoso encontro, foram doze dias de festa no reino de João Magrelo.

João Magrelo

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Neste livro, vamos mergulhar no mundo mágico dos contos de fadas, com seus mistérios, desafios e conquistas.

Contos de fadas são uma ótima forma de estimular a imaginação da criança, ao apresentá-la a um universo em que a coragem, a solidariedade e o perdão são as grandes armas dos heróis. Viajar por esse universo na companhia da família será com certeza uma experiência que vocês 
guardarão por toda a vida.
Sejam todos muito bem-vindos!
Infância e leitura — o caminho de uma boa aventura.

**Autoria:** Adriana Araújo Figueiredo

**Ilustrações:** Vanessa Alexandre

**Edição:** Marismar Borém

**Direção geral e curadoria:** Wiliam Ferreira da Cunha

**Supervisão técnica e de conteúdo:** Carlos Francisco de Paula Nadalim

**Revisão de texto:** Felipe Salomão Cardoso e Adriana Araújo Figueiredo

Publicado em 2020 pelo Ministério da Educação (MEC) em cooperação com a Editora Cora e 
com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), no 
âmbito do Projeto 914BRZ1074 - 914BRZ1074.3 sob o contrato ED00217/2020.

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**Íntegra do livro:**

<div class="transcription"></div>

- Cinderela
- Era uma vez uma garotinha chamada Cinderela. Ainda muito pequenina, perdera a mãe, e seu pai se casou com uma viúva, que tinha duas filhas.
- O pai viajava muito e não sabia das malvadezas que eram praticadas contra a sua filha. Em uma noite fria, ele faleceu, deixando a casa ainda mais amarga e triste...
- Cinderela passou a viver em um pequeno quarto no porão e executava todos os serviços domésticos. No entanto, o mais difícil era suportar o desdém a todas as suas ideias e atitudes.
- Cinderela, desejando ser feliz, fizera amizade com bichinhos do sítio. Trocava segredos e contava sobre os sonhos de encontrar um verdadeiro amor.
- Em um certo dia, o príncipe Luís resolveu fazer um baile, a fim de conhecer uma linda moça para se casar. A notícia se espalhou rapidamente por todo o reino e foi recebida com grande alegria. A madrasta, entretanto, proibiu Cinderela de ir à festa, alegando que a jovem não tinha trajes adequados para a ocasião.
- Novamente, Cinderela não se deixou abater. Conversou com a Aranha, que morava em seu quarto, e com o Bicho da Seda, que passeava pelo jardim. Para surpresa da jovem, eles começaram a tecer o mais lindo vestido que já se viu.
- No dia da festa, aflita por não saber como iria, Cinderela sentiu uma brisa mágica, e um sussurro disse-lhe que tudo daria certo. Era só acreditar! Então, a Fada Madrinha surgiu, meio atrapalhada, e ordenou:
- — Abóbora, transforme-se na mais elegante carruagem! Ratinhos, tornem-se graciosos alazões! Chinelos de madeira, vocês serão os mais lindos sapatinhos de cristal! A fada, agora mais séria, avisou a donzela: — Fique atenta ao horário! À meia-noite, o encanto se quebrará.
- Assim, deslumbrante, Cinderela desceu as escadas do castelo e dançou com o príncipe durante toda a noite. Não havia casal mais harmonioso. De repente, Cinderela olhou para o relógio e teve de deixar para trás o seu sonho. Saiu correndo, perdendo um sapatinho de cristal.
- O príncipe ficou triste e, desejando o reencontro, decretou que os soldados vasculhassem todas as casas do vilarejo em busca da dona do lindo sapato. Dias se passaram, até que o príncipe Luís encontrou uma bonita casa rodeada de flores e passarinhos. Ao entrar, as duas irmãs brigaram pelo sapatinho, que não cabia em seus pés. E Cinderela, presa em seu quarto, apenas chorava...
- O príncipe, suspeitando que a sua alegria estivesse próxima, perguntou se não havia outra moça na casa. Como a resposta foi negativa, ele saiu, mas escutou um triste suspiro vindo do porão. Imediatamente, exigiu que aquela senhorita também experimentasse o sapatinho.
- Quando Cinderela calçou o sapato de cristal, o príncipe Luís reconheceu a jovem com quem havia dançado naquele inesquecível baile. Então, eles se casaram e foram felizes para sempre.

Cinderela

A **Coleção Conta pra Mim** é dedicada à família — mães, pais, filhas, fi lhos, avós, avôs...
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Contos de fadas são uma ótima forma de estimular a imaginação da criança, ao apresentá-la a um universo em que a coragem, a solidariedade e o perdão são as grandes armas dos heróis. Viajar por esse universo na companhia da família será com certeza uma experiência que vocês 
guardarão por toda a vida.
Sejam todos muito bem-vindos!
Infância e leitura — o caminho de uma boa aventura.

**Autoria:** Ricardo Moreira Figueiredo Filho
**Ilustrações:** Vanessa Alexandre
**Edição:** Marismar Borém
**Direção geral e curadoria:** Wiliam Ferreira da Cunha
**Supervisão técnica e de conteúdo:** Carlos Francisco de Paula Nadalim
**Revisão de texto:** Felipe Salomão Cardoso e Adriana Araújo Figueiredo

Publicado em 2020 pelo Ministério da Educação (MEC) em cooperação com a Editora Cora e 
com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), no 
âmbito do Projeto 914BRZ1074 - 914BRZ1074.3 sob o contrato ED00217/2020.

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**Íntegra do livro:**

<div class="transcription"></div>

- Branca de Neve
- Era uma vez uma princesa que se chamava Branca de Neve. Quando bebê, sua mãe faleceu, e seu pai se casou com outra mulher, que, embora fosse muito bonita, era cruel e vaidosa. E, todos os dias, a madrasta perguntava ao seu Espelho Mágico: — Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu? — Não, rainha! Em todo o mundo, não há beleza mais deslumbrante que a sua!
- Ela sorria, virava as costas e se entretinha com seus afazeres reais. Porém, Branca de Neve cresceu e se tornou uma jovem de beleza única. Certo dia, ao repetir a mesma pergunta ao Espelho, a rainha se surpreendeu: — Lamento, mas Branca de Neve se tornou a mais bela.
- Não se aguentando de inveja, a rainha chamou um de seus guardas e ordenou: — Conduza a princesa até o bosque e acabe com a vida dela. O homem acatou. Porém, ao chegar à floresta, disse: — Fuja e não volte! Sua madrasta deseja fazer mal a você!
- Assustada, Branca de Neve andou até o anoitecer, quando avistou uma pequena casa. Resolveu pedir ajuda. Chamou pelos moradores várias vezes, mas ninguém lhe respondeu. Exausta e com fome, entrou e provou um pouco do pão e da sopa que estavam em sete pratinhos sobre a mesa.
- Em seguida, juntou sete pequenas camas e adormeceu sobre elas. Horas depois, os moradores encontraram a princesa, que dormia profundamente. Ficaram encantados com tanta beleza e resolveram não acordar a donzela.
- Na manhã seguinte, Branca de Neve despertou rodeada por sete anões. E, sentindo-se muito bem-vinda, contou a própria história. Os anfitriões a convidaram para morar ali. Muito contente, a princesa aceitou.
- Um dia, nos aposentos do palácio, a maldosa rainha perguntou: — Espelho, espelho meu, há no mundo alguém mais bela do que eu? — A mais bela é Branca de Neve, que está viva e escondida na casa dos sete anões.
- A rainha ficou furiosa, mandou prender o guarda que a enganara e resolveu tomar providências. Disfarçou-se de velhinha vendedora de maçãs e foi à casa dos anões. Branca de Neve abriu a porta e foi surpreendida: — Bom dia, minha filha. Estou muito cansada e sedenta…
- Não reconhecendo a madrasta, a princesa buscou um pouco de água. Como forma de gratidão, a falsa mulher ofereceu-lhe uma maçã. A fruta parecia tão apetitosa que foi logo mordida. Contudo, estava envenenada, e Branca de Neve caiu desmaiada.
- À noite, os anões encontraram a jovem desfalecida e pensaram que estava morta. Ficaram desolados, mas resolveram não enterrar a linda princesa. Construíram um caixão de cristal e o colocaram sobre uma mesa, no alto de um monte.
- Numa bela manhã, um curioso príncipe se aproximou da urna transparente e reconheceu Branca de Neve. Admirado, perguntou aos sete anões se não poderiam transportá-la ao rei, que não sabia do paradeiro da filha. Já a caminho, um dos anões tropeçou. O caixão inclinou-se, e o pedaço da maçã envenenada caiu da boca da princesa.
- Ela abriu os olhos e, assustada, perguntou: — Onde estou? O que aconteceu? O príncipe e os anões explicaram tudo e a levaram ao castelo. Ao saber dos fatos, o rei mandou prender a rainha. Branca de Neve casou-se com o príncipe, e os anões resolveram se mudar para a corte, onde todos viveram felizes para sempre.

Branca de Neve

A **Coleção Conta pra Mim** é dedicada à família — mães, pais, filhas, filhos, avós, avôs...
Neste livro, vamos conhecer uma história tradicional tipicamente brasileira. Transmitida por gerações,
atraiu sempre a curiosidade e a imaginação de todos.
Ajude a criança a pesquisar outras narrativas maravilhosas. Viajar por esse universo na companhia da família
será com certeza uma experiência que vocês guardarão por toda a vida.
Sejam todos muito bem-vindos!
Infância e leitura — o caminho de uma boa aventura.

**Autoria:** Rosana Mont’Alvernee

**Ilustrações:** Vanessa Alexandre

**Edição:** Marismar Borém
Publicado em 2020 pelo Ministério da Educação (MEC) em cooperação com a Editora Cora e
com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), no
âmbito do Projeto 914BRZ1074 - 914BRZ1074.3 sob o contrato ED00217/2020.

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**Íntegra do livro:**

<div class="transcription"></div>

- Há muitos e muitos anos, em certas noites, a Lua, chamada Jaci pelos índios tupis-guaranis, aparecia com todo o seu esplendor para iluminar uma aldeia na Amazônia brasileira.
- Sabia-se que Jaci, quando se escondia atrás das montanhas, sempre levava consigo as jovens de sua preferência e as transformava em estrelas no céu.
Acontece que uma moça da tribo, a guerreira Naiá, vivia sonhando com esse encontro, e seus olhos brilhavam quando pensava no grande dia em que seria convidada pela deusa Jaci. No entanto, os anciões da tribo alertavam:
- — Naiá, as moças são transformadas em estrelas depois que são tocadas pela formosa deusa. Não tem volta, Naiá!
- Mas quem conseguia convencê-la? Naiá queria porque queria ser levada pela Lua, para ser estrela no céu e brilhar ao lado de Jaci!
- Nas noites claras da floresta, ou quando apenas um pedacinho da Lua aparecia no céu, a índia sonhadora corria e implorava pelo toque de Jaci, sem nunca a alcançar.
- Naiá subia nos galhos mais altos das árvores ou pernoitava no cume dos morros silenciosos, na esperança de ascender ao céu pelo convite da deusa.
Mas Jaci sumia na imensidão do céu, para depois ressurgir linda, redonda e brilhante. Enquanto isso, a jovem índia
apenas defi nhava. Naiá já não sentia fome nem sede. E não havia pajé que a curasse do seu imenso desejo.
- Uma noite, tendo parado para descansar após longa caminhada, Naiá sentou-se à beira de um lago. Viu, então, na superfície, a imagem da deusa:
a Lua estava bem ali, ao seu alcance, refl etida no espelho d’água. Naiá, pensando que a Lua descera para se banhar,
mergulhou fundo ao seu encontro e se afogou.
- Jaci, comovida com tão intenso desejo, quis recompensar o sacrifício da bela jovem índia e resolveu metamorfoseá-la em uma estrela diferente de todas aquelas que brilhavam no céu.

- Assim, Naiá foi transformada na “Estrela das Águas”, única e majestosa, que é a vitória-régia ou mumuru, como é chamada pelos índios tupis-guaranis.

- Conta-se que, por isso, as flores perfumadas e brancas da vitória-régia só se abrem à noite: uma homenagem
à Jaci, a deusa Lua. E, ao nascer do sol, as flores ficam rosadas, como o rosto da índia guerreira Naiá.




Chapeuzinho Vermelho

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Ajude a criança a pesquisar outras narrativas maravilhosas. Viajar por esse universo na companhia da família será com certeza uma experiência 
que vocês guardarão por toda a vida.
Sejam todos muito bem-vindos!
Infância e leitura — o caminho de uma boa aventura.


**Autoria:** Ricardo Moreira Figueiredo Filho

**Ilustrações:** Vanessa Alexandre

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**Supervisão técnica e de conteúdo:** Carlos Francisco de Paula Nadalim

**Revisão de texto:** Felipe Salomão Cardoso e Adriana Araújo Figueiredo

Publicado em 2020 pelo Ministério da Educação (MEC) em cooperação com a Editora Cora e com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), no âmbito do Projeto 914BRZ1074 - 914BRZ1074.3 sob o contrato ED00217/2020.

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**Íntegra do livro:**

<div class="transcription"></div>

Curupira

- Os índios contam que na floresta vive um anãozinho travesso de cabelo cor de fogo e pés virados para trás.
Essa criatura estranha é chamada de Curupira.
- Amigo da natureza, é comumente visto montado em sua queixada e passa os dias cuidando dos vegetais e dos animais. Quando uma tempestade se aproxima, por exemplo, ele sai avisando as árvores e os bichos para que todos se protejam dos raios e dos ventos.
- Certa vez, um caçador estava perseguindo um macaco que brincava com seus dois filhotinhos.
- Curupira, percebendo a intenção do inimigo, começou a andar, deixando bem visíveis as pegadas invertidas.
- Olhando aquelas marcas no chão, o homem se interessou:
— Parece que os índios passaram por aqui. Vou atrás, porque eles sabem as melhores localidades para caça.
Depois de muito andar, ele foi atraído por uma bela canção.
- Na verdade, era o Curupira cantando, e aquela voz conduziu o caçador até a armadilha.
- O guardião da floresta se aproximou do buraco e ouviu o grito do prisioneiro:
— Por favor, tire-me daqui!
- — Você queria aprisionar os macaquinhos. E agora é você que está preso! Bem feito!
- O caçador, então, ficou muito envergonhado e triste, e Curupira se comoveu:
— Não precisa chorar. Vou libertá-lo.
Antes, prometa-me que, de hoje em diante, você vai respeitar os filhotes dos animais.
— Eu prometo! Eu prometo!
- Diante do aventureiro já livre, o ruivinho anunciou:
— Agora vá e não se esqueça do seu compromisso.
- O caçador, que ficou realmente arrependido, passou a proteger os filhotes dos animais.
- E Curupira ficou feliz, porque aquele homem cumpriu a promessa.

Curupira

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Neste livro, vamos mergulhar no mundo mágico dos contos de fadas, com seus mistérios, desafios e conquistas.
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Sejam todos muito bem-vindos!
Infância e leitura — o caminho de uma boa aventura.


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Publicado em 2020 pelo Ministério da Educação (MEC) em cooperação com a Editora Cora e com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), no âmbito do Projeto 914BRZ1074 - 914BRZ1074.3 sob o contrato ED00217/2020.

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**Íntegra do livro:**

<div class="transcription"></div>

A Princesa e a Ervilha

- Era uma vez um príncipe que visitou muitos reinos a procura de uma princesa para se casar.
Contudo, sempre se desanimava, a ponto de duvidar se seria possível encontrar sua verdadeira amada.
- Após muitas tentativas, ele retornou desiludido para seu palácio.
- Em uma noite tempestuosa, ouvia-se, a distância, alguém a chamar atrás do portão.
- Era uma donzela encharcada e despenteada. A água escorria pelo rosto e pelos sapatos.
- Ela afirmou ser uma princesa. Desconfiada, a rainha disse ao filho:
— Logo descobriremos se a jovem diz a verdade!
- A mãe do príncipe ordenou que, no quarto de hóspedes, deixassem uma ervilha sobre a madeira da cama e colocassem, por cima, um colchão revestido de forros e de lençóis bem macios.
- Mandou também que empilhassem, ao todo, sete colchões.
- Na manhã seguinte, perguntaram à jovem se havia dormido bem.
- — Oh! Muito mal! Não consegui fechar os olhos durante toda a noite.
- Algo deixou meu corpo dolorido. Tive a impressão de estar deitada sobre um objeto esférico, resistente, pequenino. Foi horrível!
- Com esse teste, a família real certificou-se de que a jovem era honesta. Somente uma legítima princesa sentiria o incômodo provocado por um grão de ervilha.
- O príncipe finalmente se casou com a princesa. E foram felizes para sempre.

A Princesa e a Ervilha

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Sejam todos muito bem-vindos!
Infância e leitura — o caminho de uma boa aventura.


**Autoria:** Ricardo Moreira Figueiredo Filho

**Ilustrações:** Vanessa Alexandre

**Edição:** Marismar Borém

**Direção geral e curadoria:** Wiliam Ferreira da Cunha

**Supervisão técnica e de conteúdo:** Carlos Francisco de Paula Nadalim

**Revisão de texto:** Felipe Salomão Cardoso e Adriana Araújo Figueiredo

Publicado em 2020 pelo Ministério da Educação (MEC) em cooperação com a Editora Cora e com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), no âmbito do Projeto 914BRZ1074 - 914BRZ1074.3 sob o contrato ED00217/2020.

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**Íntegra do livro:**

<div class="transcription"></div>

A Luz Azul

- Por muitos anos, um guerreiro lutou contínuas batalhas em nome de seu rei. Contudo, ferimentos o afastaram dos combates, e o monarca o dispensou sem nenhuma consideração.
Triste e sem dinheiro, caminhou por vários dias, até que, ao anoitecer, se deparou com a casa de uma bruxa, a quem pediu abrigo e um pouco de comida. A velha consentiu, desde que cuidasse do seu jardim.

- O hóspede trabalhou com afinco. No final da tarde, a bruxa permitiu que ele ficasse mais uma noite, desde que, no dia seguinte, cortasse uma enorme pilha de madeira.
Assim, ao terminar mais uma longa jornada de suor, ouviu da malvada:
— Caso permaneça mais uma noite, amanhã teremos um pequeno trabalho.

- “Atrás de minha casa, há um velho poço sem água. Nele, deixei cair uma lamparina, cujo fogo azul nunca se apaga. Quero que a recupere para mim.”
No dia seguinte, levado até o poço, o homem desceu em uma corda, pegou a lamparina e pediu para ser alçado.

- A bruxa o puxou, mas, ao ver a chama azulada, tentou tomar a lamparina:
— Não lhe entregarei nada, até que meus dois pés estejam no chão.
A bruxa se zangou e deixou o homem cair no fundo do poço. Sem escapatória, ele pegou seu cachimbo e o acendeu com o fogo azul.
- De repente, no meio daquele breu, um anão surgiu e declarou que satisfaria todos os desejos do amo. Exultante, o guerreiro pediu para ser retirado daquela prisão.
Imediatamente, o anão o guiou por uma passagem subterrânea, onde a bruxa escondera vários tesouros. O combatente pegou algumas moedas de ouro e, chegando à superfície, ordenou:

- — Agora amarre a bruxa e a leve para ser julgada em um tribunal!
Em poucos minutos, a feiticeira passou montada em um gato que corria tão rápido quanto o vento. Em seguida, o anão indagou:
— E agora, mestre? O que deseja?
— Por enquanto, mais nada.
— Caso precise de minha ajuda, basta acender o cachimbo com a chama azul desta lamparina.

- O viajante, então, resolveu voltar à sua cidade natal. Mudou-se para uma bela hospedaria, comprou roupas novas e convocou o pequeno mágico:
— Servi ao rei durante anos, e ele me dispensou sem nenhuma consideração. Agora, pois, quero que você traga a princesa para limpar o chão de minha casa.

- O anão o alertou sobre o perigo daquele pedido. Mesmo assim, a vontade do guerreiro foi atendida.
Porém, no primeiro canto do galo, o anão levou a princesa de volta para o palácio. O rei ficou furioso e mandou que vasculhassem toda a cidade, até encontrarem o criminoso.

- O combatente, capturado sem sua lamparina, foi jogado na masmorra e condenado à morte. De dentro da cela, falou para o guarda, um antigo companheiro de guerra:
— Por favor, traga-me a lamparina que deixei na hospedagem, e darei a você esta moeda de ouro.

- O colega de profissão consentiu.
Prestes a ser executado, o prisioneiro perguntou ao rei, como último pedido, se poderia acender um cachimbo. O monarca sorriu e ironizou:
— Pode fazê-lo até três vezes.

- Desse modo, o soldado acendeu seu cachimbo na luz azul da lamparina e mandou o anão trancafiar todos aqueles que o haviam tratado mal.
Temeroso de sua vida, o rei suplicou, e a clemência foi consentida em troca de todo o reino e da mão de sua filha.

- O guerreiro e a princesa se casaram e foram felizes para sempre. Desde então, o reino passou a ser governado com justiça e sabedoria.




A Luz Azul

A **Coleção Conta pra Mim** é dedicada à família — mães, pais, filhas, filhos, avós, avôs...
Neste livro, vamos conhecer uma história tradicional tipicamente brasileira. Transmitida por gerações,
atraiu sempre a curiosidade e a imaginação de todos.
Ajude a criança a pesquisar outras narrativas maravilhosas. Viajar por esse universo na companhia da família
será com certeza uma experiência que vocês guardarão por toda a vida.
Sejam todos muito bem-vindos!
Infância e leitura — o caminho de uma boa aventura.

**Autoria:** Rosana Mont’Alvernee

**Ilustrações:** Vanessa Alexandre

**Edição:** Marismar Borém
Publicado em 2020 pelo Ministério da Educação (MEC) em cooperação com a Editora Cora e
com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), no
âmbito do Projeto 914BRZ1074 - 914BRZ1074.3 sob o contrato ED00217/2020.

Esta publicação está disponível em acesso livre ao abrigo da licença Atribuição 4.0
Internacional (CC BY 4.0)

(https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR)

**Íntegra do livro:**

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- Há muitos e muitos anos, em certas noites, a Lua, chamada Jaci pelos índios tupis-guaranis, aparecia com todo o seu esplendor para iluminar uma aldeia na Amazônia brasileira.
- Sabia-se que Jaci, quando se escondia atrás das montanhas, sempre levava consigo as jovens de sua preferência e as transformava em estrelas no céu.
Acontece que uma moça da tribo, a guerreira Naiá, vivia sonhando com esse encontro, e seus olhos brilhavam quando pensava no grande dia em que seria convidada pela deusa Jaci. No entanto, os anciões da tribo alertavam:
- — Naiá, as moças são transformadas em estrelas depois que são tocadas pela formosa deusa. Não tem volta, Naiá!
- Mas quem conseguia convencê-la? Naiá queria porque queria ser levada pela Lua, para ser estrela no céu e brilhar ao lado de Jaci!
- Nas noites claras da floresta, ou quando apenas um pedacinho da Lua aparecia no céu, a índia sonhadora corria e implorava pelo toque de Jaci, sem nunca a alcançar.
- Naiá subia nos galhos mais altos das árvores ou pernoitava no cume dos morros silenciosos, na esperança de ascender ao céu pelo convite da deusa.
Mas Jaci sumia na imensidão do céu, para depois ressurgir linda, redonda e brilhante. Enquanto isso, a jovem índia
apenas defi nhava. Naiá já não sentia fome nem sede. E não havia pajé que a curasse do seu imenso desejo.
- Uma noite, tendo parado para descansar após longa caminhada, Naiá sentou-se à beira de um lago. Viu, então, na superfície, a imagem da deusa:
a Lua estava bem ali, ao seu alcance, refl etida no espelho d’água. Naiá, pensando que a Lua descera para se banhar,
mergulhou fundo ao seu encontro e se afogou.
- Jaci, comovida com tão intenso desejo, quis recompensar o sacrifício da bela jovem índia e resolveu metamorfoseá-la em uma estrela diferente de todas aquelas que brilhavam no céu.

- Assim, Naiá foi transformada na “Estrela das Águas”, única e majestosa, que é a vitória-régia ou mumuru, como é chamada pelos índios tupis-guaranis.

- Conta-se que, por isso, as flores perfumadas e brancas da vitória-régia só se abrem à noite: uma homenagem
à Jaci, a deusa Lua. E, ao nascer do sol, as flores ficam rosadas, como o rosto da índia guerreira Naiá.
